22 Sep

 

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

            

 

 

 

 

“Construindo competências profissionais para um ensino de qualidade”

          

Carlos Manhiça & Rosalina Zamora

 

INDE

 

 

 

INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

 

Testagem 2013

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO NA

 

SALA DE AULA INCLUSIVA

 

(MÓDULO)

  

Duração do Módulo: 42 HORAS

 

Bloco 2

     
  • Índice
  •  
  
  •  

  •  
 

Introdução ao Módulo

 

“Estratégias de Comunicação na Sala de Aula Inclusiva” é um dos módulos do curso, desenhado, para a formação de professores primários. O curso, com a duração de três (3) anos, garante a formação académica e profissional (formação psicopedagógica) do formando. As Estratégias de Comunicação na Sala de Aula Inclusiva” fornece ao futuro professor, os princípios e técnicas que lhe permitem compreender e intervir eficazmente no processo de Ensino-Aprendizagem e a capacidade de avaliar os resultados das actividades dos alunos com necessidades educativas especiais, bem como da responsabilidade da escola e dos pais e encarregados de educação. No conjunto com outras áreas curriculares (outros módulos), as “Estratégias de Comunicação na Sala de Aula Inclusiva” contribuem para a formação da personalidade do formando de modo que esteja em altura de responder às exigências sócio-morais duma sociedade caracterizada por conflitos de valores, resultantes das mudanças políticas, económicas e tecnológicas, num mundo cada vez mais globalizado.

  

Na formação de professores, as “Estratégias de Comunicação na Sala de Aula Inclusiva” apoia-se em abordagens psicológicas que requerem práticas pedagógicas construtivista-humanistas inclusivas, onde a produção de conhecimentos pelo aluno será orientada ao longo do seu desenvolvimento pessoal, na escola, respeitando as suas diferenças cognitivas, afectivas, étnico-linguísticas, físico-motoras, entre outras. Assim, o Módulo “Estratégias de Comunicação na Sala de Aula Inclusiva” tem a finalidade de dotar o futuro professor primário de conhecimentos, princípios, estratégias e metodologias dentro do quadro evolutivo do Sistema Nacional de Educação orientadas para o ensino.

  

Para tornar os conteúdos de formação relevantes e significativos, exigir-se-á que o candidato a professor adquira competências específicas para aplicar o currículo nacional, ajustando-o ao contexto cultural local e adaptado às necessidades de aprendizagem de cada um e de todos os alunos. A condução do processo de ensino-aprendizagem pelo professor deverá estar assente num plano de aulas concebido em função das normas didáctico-pedagógicas e administrativo-organizacionais estabelecidas nos Programas de Ensino, favoráveis a uma prática avaliativa sistémica e inclusiva das competências curriculares dos alunos. O processo de avaliação do desempenho escolar do aluno requererá do professor a construção duma relação empática com o próprio aluno e demais membros da comunidade escolar.

  

O presente módulo não deve ser visto como único instrumento que esgota e esclarece todas as situações do processo de ensino-aprendizagem. Ele é um meio que estimula a formação e desenvolvimento de habilidades de melhor ensinar de modo dinâmico e interactivo.

  

O módulo não deve servir apenas para o período de formação como matéria de estudo, mas um documento de consulta durante o exercício da carreira docente. Para o efeito o formando deve ter desenvolvido as competências gerais e específicas abaixo discriminadas.

  

Competências a Desenvolver no Módulo:

 

O Módulo “Estratégias de Comunicação na Sala de Aula Inclusiva” provém do Plano Curricular do Curso de Formação de Professores Primários cujas competências a seguir apresentadas são operacionalizadas em todas as áreas curriculares:

 

Promove o espírito patriótico e de cidadania, regras de convivência democrática e valores universais;

 

Comunica adequadamente em vários contextos;

 

Age de acordo com os princípios éticos e deontológicos associados à profissão do professor;

 

Demonstra os conhecimentos científicos do Ensino Primário;

 

Demonstra domínio dos conhecimentos das Ciências de Educação relacionadas com o Ensino Primário;

 

Promove o auto-desenvolvimento profissional e envolver-se no trabalho cooperativo, colaborativo e articulado;

 

Planifica o processo de Ensino-Aprendizagem;

 

Medeia o processo de Ensino-Aprendizagem;

 

Avalia as necessidades, interesses e progressos dos alunos, adaptando o processo de Ensino-Aprendizagem à sua individualidade e ao contexto;

 

Desenvolve estratégias e recursos didácticos estimulantes de sucesso para situações concretas de aprendizagem.

 

Resultados de aprendizagem do Módulo

 

Como resultados de aprendizagem do Módulo, o formando:

 

Usa, na sala de aula inclusiva, estratégias de comunicação participativa;

 

Descreve as necessidades de aprendizagem específicas aos alunos com necessidades educativas especiais;

 

Adapta os conteúdos dos currícula nacional e local às necessidades de aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais;

 

Aplica, na sala de aula inclusiva, instrumentos de avaliação de desempenho socioescolar apropriados para alunos com necessidades educativas especiais.

  

Visão Geral dos Temas do Módulo

 
  • Unidade Temática
  • Conteúdos
  • (Estudos de Caso)
  • Horas
  • (Contacto directo)
  • 01
  • Estratégias de Comunicação na Sala de Aula Inclusiva.
Conceito de comunicação.
  • 04
Características da sala de aula inclusiva.
Estratégias de comunicação na sala de aula inclusiva.
  • 02
  • Alunos com Dificuldades de Aprendizagem.
  • O caso “Joshua Mabilibile”.
  • 05
  • 03
  • Alunos Superdotados ou com Altas Habilidades.
  • Superdotação e criatividade na sala de aula inclusiva.
  • 05
  • O caso “Fabião Misturado”.
  • 04
  • Alunos com Necessidades Educativas Especiais de Natureza Sensorial.
  • Necessidades educativas especiais de natureza auditiva: O caso “Joana Fogão”.
  • 10
  • Necessidades educativas especiais de natureza visual: O caso “Melita Mbeve”.
  • 05
  • Alunos com Necessidades Educativas Especiais de Natureza Mental.
  • O caso “Mozipho Magariro”.
  • 05
  • 06
  • Alunos com Necessidades Educativas Especiais de Natureza Físico-Motora.
  • O caso “Nhundo Mutombene”.
  • 05
  • 07
  • Adaptações Curriculares na Sala de Aula Inclusiva.
  • Definição de adaptações de grande porte.
  • 04
  • Tipos de adaptações curriculares.
  • Aplicação das adaptações curriculares de pequeno porte.
  • 08
  • Avaliação da Aprendizagem na Sala de Aula Inclusiva.
  • Primórdios dos testes de avaliação escolar.
  • 04
  • Prespectivas da avaliação na sala de aula inclusiva.
  • Que estratégias de avaliação aplicar na sala de aula inclusiva?
  • Total
  • 42
 
 

Unidade Temática I: Estratégias de Comunicação na Sala de Aula Inclusiva

   

Introdução da Unidade Temática

 
  • Quatro assuntos corporizam esta Unidade Temática, nomeadamente, o conceito de comunicação, as características da sala de aula inclusiva e as estratégias de comunicação na sala de aula inclusiva.
  • Ao se abordar o primeiro assunto, pretende-se situar os futuros professores nas dinâmicas técnicas dos diferentes tipos de comunicação. Sendo os tipos formal, verbal e vertical os mais usados na escola actual, há a necessidade de ao alertar para potenciarem os domínios informal, não-verbal e horizontal na interacção escolar com alunos com necessidades educativas especiais.
  • No segundo assunto faz-se uma breve descrição das características de uma sala de aula inclusiva, seja ela convencional ou não. Explica-se que o carácter inclusivo dela está nas actitudes e comportamentos dos professores ao lidarem com as necessidades educativas especiais.
  • Finalmente, no terceiro assunto, apresenta-se uma proposta de estratégias que o formando pode aplicar numa sala de aula inclusiva. A principal ênfase é dada à relacção carinhosa e humana que o professor deve ter e cultivar com os alunos com necessidades educativas especiais.
 

Evidências Requeridas da Unidade Temática

 

No final do estudo desta Unidade Temática, o formando:

 
  • Conceitua a comunicação na sala de aula
  • Caracteriza a sala de aula inclusiva.
  • Aplica estratégias de comunicação na sala de aula inclusiva;
 

Recursos de Aprendizagem

A Comunicação na Sala de Aula Inclusiva

Conceito de Comunicação
  • Na Grande Enciclopédia Laurosse Cultural (1990: 1549), a palavra comunicação é definida como sendo a acção de estar em contacto com outrem, geralmente, pela linguagem, que “… inclui todos os procedimentos por meio dos quais uma mente pode afectar outra”, através da escrita, da oralidade, da arte pictórica, da música, do teatro e de todo o seu comportamento na relacionamento interpessoal. Quer isto dizer que o indivíduo, como ser social, ao interagir com o outro está em processo de comunicação.
  • Geralmente, na sala de aula, professor e aluno estão em permanente relação comunicativa recíproca mas, mais vertical que horizontal, uma vez que aquele é muito mais emissor e este, apenas receptor. Advém daí o facto da comunicação escolar ser de aprendizagem formal, por ter uma intenção educativa e de construção do conhecimento científico. Concomitamente, ocorre a informal que, mesmo sendo educativa é estabelecida de forma não intencional.
  • A comunicação tem como função e veículo de partilha interpessoal a linguagem que é um conjunto de códigos com significados convencionados, podendo ser verbal ou não-verbal.
  • A comunicação ou linguagem verbal estabelece-se pela palavra escrita ou falada (oral) entre dois ou mais interlocutores (emissor x receptor), através da troca de mensagens que podem expressar pensamentos, sentimentos, vontades, desejos, necessidades, percepções e outras sensações pessoais.
  • A comunicação não-verbal, ocorre através do uso e interpretação de manifestações corporais (faciais, gestuais, mímica), artísticas e simbólicas para se manter entre as pessoas envolvidas na situação um nível aceitável de comunicabilidade. Estas manifestações podem ser categorizadas em diferentes tipos de vectores que podem ser tácteis, térmicos, olfactivos, voco-acústicos e visuais.
  • Como qualquer outro sistema de ensino, no moçambicano é mais valorizada a aprendizagem formal, tendo como factores fundamentais a linguagem verbal e a relevância da relação vertical entre professor-aluno. Supõe-se assim que se regista e garante a fidedignidade curricular e a cientificidade do processo de ensino-aprendizagem. Os factores informal, não-verbal e horizontal da educação escolar são colocados em segundo plano na política, na planificação e na implementação curriculares.
  • Cientificamente, estudos actuais em Psicologia e outras áreas afins do conhecimento têm provado que a orientação mais formal, verbal e vertical do processo de ensino-aprendizagem, em detrimento dos vectores informal, não-verbal e horizontal não garante por si só o rendimento e o sucesso totais na aprendizagem socioescolar.
  • Hoje, a escola regular é vista com uma dimensão social heterogênea devido à diversidade das características culturais e pessoais dos alunos que a integram. Exigem-se daí mudanças radicais na orientação do seu modelo actual, de racionalista, uniformizador e reducionista para uma aceitação da singularidade e das diferenças individuais requeridas numa sala de aula inclusiva. Assim, para a UNESCO (1994: pp 11)
  • O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e de serviços para satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da escola.
Caracteristicas da Sala de Aula Inclusiva
  • Na escola regular, a sala de aula inclusiva é constituída, fundamentalmente, por alunos com ou sem necessidades educativas especiais. Estes, em algum momento dos seus processos de escolarização, apresentam dificuldades escolares, quem podem ser permanentes ou transitórias. Assim, irão precisar de apoios adicionais e específicos para poderem aprender com qualidade e com sucesso. Suas características pessoais diferenciam-se na singularidade histórico-cultural, na constituição físico-mental, nos ritimos de desenvolvimento psico-orgânico, nos estilos de aprendizagem, nas formas de percepção da realidade social, no género, na raça, na convicção religiosa, na origem e estatuto sociais e em muitos outros domínios da vida pessoal e familiar.
  • De preferência, a sala de aula inclusiva deve ter funcionamento organizacional, práticas pedagógicas, relacionamento família-escola, parceria escola-comunidade e estrutura física convencional que possam garantir o mais alto rendimento de todos os alunos na aquisição da aprendizagem, independentemente das suas características pessoais.
  • No contexto escolar moçambicano, muitas crianças têm as suas dificuldades de aprendizagem agravadas pela pobreza dos ambientes das sala de aulas de que se dispõem: (i) estudam ao ar livre, debaixo da sombra duma àrvore ou de um edifício ou ainda em espaços livres inapropriados para aulas; (ii) recebem aulas sentadas no chão (sem carteiras); (iii) não possuem material de apoio à aprendizagem (livros, cadernos e outro); (iv) os materiais de construção das salas é precário, o que as torna vulneráveis às nefastas mudanças climáticas e aos ruídos extra-escolares; e (v) de modo geral, seus professores não estão devidamente preparados para lidarem com as suas necessidades especiais.
  • Embora as limitações à aprendizagem acima apresentadas sejam reais em muitas escolas, nada as impede de virem a ser inclusivas. As principais barreiras para a inclusão numa sala de aula não estão na pobreza do seu ambiente físico-material. Estão sim, nas atitudes e comportamentos dos professores e nas formas e estratégias de comunicação que permeiam as relações interpessoais que estabelecem com os seus alunos.
Estratégias de Comunicação na Sala de Aula Inclusiva
O volume das práticas de comunicação na sala de aula inclusiva não é quantificável. É dimensionado pela qualidade das interacções humanas que ocorrem entre professor e aluno.
O foco da aplicação das estratégias de comunicação na sala de aula inclusiva deve estar orientado para a satisfação das necessidades de aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais,
O incremento desse relacionamento depende, em grande medida, da tríade professor-aluno-situação, ou seja: (i) da experiência, profissionalismo, conhecimento e humanismo do professor; (ii) das características individuais dos seus alunos; e (iii) das condições socioculturais e físico-materiais da situação ou contexto de aprendizagem.
A praticidade das estratégias de comunicação na sala de aula inclusiva abaixo propostas deve ser encarada, necessariamente, na base da reflexão prática da tríade já indicada. Dependendo desta, variadíssimas outras estratégias podem ser aplicadas pelo professor como, por exemplo, as seguintes:
Aceitar o aluno tal e qual como ele é pois, o carinho é o principal estimulo para o sucesso escolar de qualquer aluno;
Ser ético e profissional na interação com os colegas e os aluno e seus familiares;
Dar sempre razão ao aluno, acreditando nas suas potencialidades e no conhecimento prévio que ele possui para aprender;
Ser criativo na selecção e implementação de estratégias e materiais apropriados para a aprendizagem de qualquer conteúdo escolar;
Aplicar de forma equilibrada e criativa os tipos de comunicação formal e informal, verbal e não-verbal e vertical e horizontal;
Explorar, criativamente, o poderio das manifestações e interpretações dos verctores não verbais da comunicação;
Orientar os processos da aprendizagem cooperativa;
Organizar a aprendizagem centrada no aluno;
Aplicar métodos e estratégias activos/ participativos e especiais de ensino-aprendizagem;
Utilizar materiais de ensino-aprendizagem apropriados a cada situação de aprendizagem;
Adaptar os currícula nacional e local às necessidades de aprendizagem de cada aluno;
Com as estratégias aqui propostas, não sendo únicas e definitivas pretende-se que sejam sugeridas outras da prática diária dos formadores e seus formando, visando dar a todos na sala inclusiva, condições de comunicação propícias para a elevação do sucesso de cada aluno na aprendizagem.

Actividades  
Actividade 1
Duração: 10 mn
  

Individual e atentamente:

 

Leia o texto “A Comunicação na Sala de Aula Inclusiva”.

 

Sintetize as principais ideias do texto.

  
Actividade 2
Duração: 20 mn
  

Dois a dois:

 

Partilhem as principais ideias de cada um.

 

Tirem conclusões dessa partilha.

 

Preparem a simulação de uma situação comunicativa na sala de aula inclusiva, entre professor e alunos. Procurem abrangir todos os tipos de comunicação (formal, informal, verbal, não-verbal, vertical e horizontal.

 

Produzam materiais facilitadores da situação comunicativa na sala de aula inclusiva.

 

Tirem conclusões conclusões da vossa discussão.

  
Actividade 3
Duração: 60 mn
  

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

(os membros de cada dupla devem estar em grupos diferentes)

 

Analisem as propostas de simulação apresentadas por cada elemento do grupo.

 

Introduzam melhorias em cada simulação.

 

Façam o registo de todas as propostas de simulação do grupo.

 

Escolham uma das propostas para ser apresentada na sessão plenária.

 

Ensaiem a simulação.

 

Tirem conclusões sobre as discussões havidas no grupo.

  
Actividade 4
Duração: 60 mn
  

Em sessão plenária:

 

Cada grupo faz a simulação preparada:

 

Todos avaliam a apresentação de cada grupo.

 

Todos introduzem melhorias na simulação apresentada por cada grupo.

 

Todos tiram conclusões sobre a avaliação feita em cada simulação apresentada.

  
Actividade 5
Duração: 90 mn
  

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

Analizem a aplicabilidade de cada uma das estratégias de comunicação propostas (não discurar a dinâmica dos tipos de comunicação e seus vectores)

 

Proponham outras estratégias de aprendizagem adequadas aos contexto de sala de aula inclusiva.

 

Seleccionem duas estratégias para serem aplicadas na sala de aula inclusiva.

 

Planifiquem as estratégias seleccionadas.

 

Ensaiem a simulação da aplicação das estratégias planificadas.

 

Tirem conclusões das discussões havidas no grupo.

  

Em sessão plenária:

 

Avaliem os resultados de cada grupo em relação: à proposta de outras estratégias; à aplicabilidade das estratégias na sala de aula; à simulação da aplicação das estratégias; e às conclusões de cada grupo.

 

Avaliem as simulações apresentadas por cada grupo.

 

Enriqueçam os resultados dos trabalhos de cada grupo.

 

Tirem conclusões sobre as discussões em torno dos trabalhos de cada grupo.

  

Autoavaliação 

Justifiquem a aplicabilidade ou não na vossa sala de aula inclusiva das estratégias inicialmente sugeridas.

 

Que outras estratégias de comunicação podem ser aplicadas na sala de aula inclusiva?

 

Que conselhos dar aos professores para que suas estratégias de comunicação na sala de aula inclusiva possam ter o impacto desejado?

  

Chave de Correcção 

As soluções das actividades propostas é livre, devendo ser encontradas na base de consensos entre todos os envolvidos.

 

É fundamental a consulta das seguintes obras para se dar sustentação às soluções encontradas:

 

Beaudichon, J. (2001). A Comunicação: processos, formas e aplicações.

 

Castro, E. & Blanco, E. (2005). A Voz que Ensina: o professor e a comunicação na sala de aula.

 

Novelli, P. (1997). A Sala de Aula como Espaço de Comunicação: reflexões em torno do tema.

 

UNESCO (1994). Declaração de Salamanca e Enquadramento da Acção na Área das Necessidades Educativas Especiais.

  

Bibliografia Complementar 

Beaudichon, J. (2001). A Comunicação: processos, formas e aplicações. Porto: Porto Editora.

 

Castro, E. & Blanco, E. (2005). A Voz que Ensina: o professor e a comunicação na sala de aula. Recuperado aos 22 de Julho de 2013, em www.elisacarvalho.no.sapo.pt/pdf/trabalho%20comunicacao.pdf

Grande Enciclopédia Laurosse Cultural. (1990). São Paulo: Círculo do Livro.

Novelli, P. (1997). A Sala de Aula como Espaço de Comunicação: reflexões em torno do tema. Recuperado aos 22 de Julho de 2013, em www.scielo.br/pdf/icse/v1n1/03.pdf

UNESCO (1994). Declaração de Salamanca e Enquadramento da Acção na Área das Necessidades Educativas Especiais. Paris: UNESCO. Recuperado aos 22 de Julho de 2013, em http://redeinclusao.web.ua.pt/files/fl_9.pdf

 
 

Unidade Temática II: Alunos com Dificuldades de Aprendizagem

   

Introdução da Unidade Temática

 
  • As dificuldades de aprendizagem estão presentes, de maneira activa ou latente, em todo e qualquer indivíduo que esteja em processo de escolarização. Elas podem ter causas múltiplas, de biológica ou ambiental e podem ser, também, tansitórias ou permanentes.
  • A partir do estudo de caso “Joshua Mabilibile”, pretende-se que os futuros professores desenvolvam competências apropriadas para aplicarem métodos e estratégias de ensino que possam levar qualquer aluno com dificuldades de aprendizagem, a aprender de forma satisfatória, tanto conteúdos académicos como sociais.
  • Para que os formandos adquiram as competências de ensino desejadas, são aqui apresentadas actividades que devem ser realizadas de forma participativa. Elas são uma simples proposta devendo, localmente, serem inseridas outras mais realistas e ajustadas às experiências e necessidades de vida escolar e social das pessoas com necessidades educativas especiais.
 

Evidências Requeridas da Unidade Temática

 

No final do estudo desta Unidade Temática, o formando:

 
  • Identifica as necessidades de aprendizagem de alunos com dificuladades de aprendizagem;
  • Caracteriza o aluno com dificuldades de aprendizagem;
  • Adapta o currículo nacional e local às necessidades educativas especiais (individuais e colectivas), de alunos com dificuldades de aprendizagem.
  • Aplica planos de aula para a satisfação das necessidades especiais (individuais e colectivas), de alunos com dificuldades de aprendizagem.
 

Recursos de Aprendizagem
  •  
  • O caso Joshua Mabilibile
Joshua Mabilibile é um menino de 7 anos. Actualmente, frequenta a 2ª Classe, na Escola Primária Completa “Josina Machel”, em Bela Vista.
No fim do ano passado, com o consentimento da Direcção da Escola e dos pais, no quadro da Progressão por Ciclos de Aprendizagem, a professora Rita Mabica decidiu que Joshua deveria transitar para a 2ª Classe, mesmo não satisfazendo, na totalidade, as competências de leitura e escrita requeridas na 1ª Classe. Ela explicou que havia tomado tal posição porque a criança foi sempre presente na sala de aula, isto é: nunca faltou; sempre fez os trabalhos para casa; sempre cumpriu com as actividades que lhe foram atribuídas durante as aulas, embora com alguns erros; e, no relacionamento com os colegas, nunca se envolveu em brigas que requeressem a sua intervenção. Essencialmente, as dificuldades de Joshua estavam relacionadas com a identificação e a distinção de algumas letras do alfabeto, já aprendidas.
Na avaliação realizada no fim do 1º trimestre deste ano, a professora Rita Mabica concluiu que Joshua não estava a apresentar as melhorias esperadas na realização das tarefas escolares e que os erros que cometia na 1ª Classe estavam a avolumar-se com a evolução e a complexidade progressivas dos conteúdos. Também, ela não estava a ter espaço suficiente para dar uma atenção personalizada ao Joshua Mabilibile uma vez que a sua turma é de 65 alunos.

Actividades  
Actividade 1
Duração: 10 mn
  

Individual e atentamente:

 

Leia o texto “O caso Joshua Mabilibile”.

 

Sintetize as principais ideias do texto.

  
Actividade 2
Duração: 50 mn
  

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

Discutam as principais ideias do texto apresentadas por cada membro.

 

Tirem conclusões a partir das ideias de cada um.

 

Apresentem as conclusões do grupo no plenário.

 

Em sessão plenária:

 

Analisem as conclusões de cada grupo.

 

Tirem conclusões a partir das ideias de cada grupo.

  
Actividade 3
Duração: 120 mn
  

Ainda em grupos de 4 a 6 elementos:

 

Discutam as principais ideias do texto

 

Descrevam as competências que uma criança deve atingir no fim da 1ª Classe, na disciplina de Língua Portuguesa.

 

Elaborem uma lista dos erros mais comuns que os alunos da 1ª Classe cometem na escrita e na leitura da Língua Portuguesa.

 

Considerando as vossas experiências, apresentem as maneiras mais apropriadas de correcção dos erros de leitura e escrita de Língua Portuguesa cometidos pelos alunos da 1ª Classe.

 

Preparem uma sessão para a capacitação da professora Rute Tembe e outros seus colegas, na aplicação de metodologias e estratégias de ensino de alunos com dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita da Língua Portuguesa.

 

Em sessão plenária, cada grupo:

 

Apresenta a todos os participantes os resultados do trabalho elaborado.

 

Faz a simulação da capacitação dos professores da 1ª Classe, na aplicação de metodologias e estratégias de ensino de alunos com dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita em Língua Portuguesa.

 

A partir das simulações realizadas, todos, em conjunto, elaboram uma lista de recomendações que devem ser dadas aos professores da 1ª Classe no ensino da Língua Portuguesa.

  
Actividade 4
Duração: 60 mn
  

Ainda com base no texto “O caso Joshua Mabilibile”, aos pares, discutam:

 

As potencialidades que Joshua possui para aprender.

 

As necessidades que Joshua possui para aprender.

 

As estratégias que Joshua pode desenvolver para a melhoria da sua aprendizagem.

 

As estratégias de ensino que possam satisfazer as necessidades de aprendizagem do Joshua.

 

Sistematizem os resultados obtidos na discussão aos pares.

  
Actividade 5
Duração: 120mn
  

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

(os membros de cada dupla devem estar em grupos diferentes)

  

Discutam os resultados produzidos por cada dupla.

 

Tirem conclusões a partir dos resultados discutidos.

 

Descrevam as estratégias de aprendizagem que acharem apropriadas para o Joshua.

 

Definam as estratégias de ensino que satisfazam as necessidades de aprendizagem de Joshua.

 

Em plenária:

 

Cada grupo apresenta as estratégias de aprendizagem e as estratégias de ensino que discutiu.

 

Todos, em conjunto, discutem os conteúdos das estratégias de ensno e de aprendizagem de cada grupo.

 

Sugerem melhorias nos conteúdos das estratégias de ensino e de aprendizagem de cada grupo.

  

As actividades aqui descritas são apenas uma proposta e não conclusivas. Outras poderão ser elaboradas considerando, fundamentalmente, o contexto educacional local.

  

Autoavaliação 

A partir dos resultados obtidos na discussão do “Caso Joshua Mabilibile”, reflitam sobre as seguintes situações:

 

Nas mudanças que devem ser efectuadas na tua escola para se dar respostas apropriadas às necessidades de aprendizagem de Joshua e de demais colegas seus que estejam a passar pela mesma experiência.

 

Na aprendizagem que obtiveram a partir das discussões feitas sobre o “Caso Joshua Mabilibile”.

  

Chave de Correcção 

A solução das actividades propostas é livre, passando, necessariamente, pela consulta das seguintes obras:

 

INDE. (2003). Programa das Disciplinas do Ensino Básico: 1º Ciclo:

 

Estrutura do Programa (pg 3).

 

Avaliação na Disciplina de Português no Ensino Básico (pg 13).

 

Programa de Português - Plano Temático - 1ª Classe (pg 23).

 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia:

 

Estratégias de Ensino e Aprendizagem (pg 112).

 

Métodos e Estratégias Especiais de Ensino e Aprendizagem (pg 115).

 

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula.

  

Para a resolução das actividades propostas, outras obras poderão ser consultadas dependendo dos conhecimentos e das experiências das pessoas envolvidas no processo.

  

Bibliografia Complementar 

INDE. (2003). Programa das Disciplinas do Ensino Básico: 1º Ciclo. Maputo: Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação

 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia. Maputo: Instituto de Desenvolvimento da Educação

 

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula. Porto: Porto Editora

 
 

Unidade Temática III: Alunos Superdotados ou com Altas Habilidades

  
 

Introdução da Unidade Temática

 
  • O propósito desta Unidade Temática é preparar os professores para que, num futuro muito breve, possam desenvolver o potencial criador latente nas crianças que frequentam as escolas primárias moçambicanas. Visando este fim, os futuros professores primários devem ser estimulados para adquirirem competências que lhes permitam identificar e incrementar a criatividade nas crianças que se demonstrarem superdotadas ou com altas habilidades, a partir das suas realizações escolares.
  

Com as actividades do caso “Fabião Misturado” espera-se que se dê início com a identificação, exploração, documentação e desenvolvimento dos valores criativos nacionais, existentes de forma activa ou latente, tendo como ponto de partida as escolas primárias, impulsionadas pelas instituições de formação de professores primáros.

  

Evidências Requeridas da Unidade Temática

 

No final do estudo desta Unidade Temática, o formando:

 
  • Identifica as necessidades de aprendizagem dos alunos superdotados ou talentosos;
  • Caracteriza o aluno superdotado ou talentoso;
  • Adapta o currículo nacional e local às necessidades educativas especiais (individuais e colectivas), de alunos superdotados ou talentosos.
  • Aplica planos de aula para a satisfação das necessidades educativas especiais (individuais e colectivas), de alunos superdotados ou talentosos.
 

Recursos de Aprendizagem

966

 

Superdotação e Criatividade na Sala de Aula Inclusiva

 

Introdução

Temas relacionados com alunos superdotados ou com altas habilidades e, associados à criatividade, foram sempre recorrentes no contexto educacional mundial, embora no nosso não o sejam assim tanto. Desconhecem-se relatos, obras e discussões de carácter pedagógico sobre superdotação/ altas habilidades e criatividade efectuados na academia moçambicana, sobretudo ao nível da formação de professores do ensino primário.

Se for verdadeira a afirmação acima registada, abre-se aqui uma oportunidade para se lançar a primeira pedra com o propósito de se construir conhecimento nacional sobre superdotação, altas habilidades e criatividade. Caberá aos formadores e seus formandos dar prosseguimento com a edificação destes notáveis e nobres saberes sociais, imprescindíveis para o desenvolvimento intelectual da humandade, visto que a riqueza de qualquer sociedade reside nas pessoas superdotadas, com altas habilidades e criativas.

Pessoas Superdotadas ou com Altas Habilidades

Segundo Andrés (2010), o Conselho Brasileiro para Superdotados define o superdotado/ talentoso/ com altas habilidades como sendo o indivíduo que, quando comparado com a população geral, apresenta habilidades significativamente superiores em alguma área de conhecimento, com maior destaque nas seguintes:

Académica: tem alta capacidade de se abstrair; tira notas altas, não necessariamente em todas as disciplinas; tem compreensão ou aprendizagem rápida dos conteúdos escolares; e tem alta capacidade de memorização.
Criativa: é imaginativo e curioso; brinca ou joga fluentemente com ideias; e tem um alto sentido de humor.
Liderança; é cooperativa; tem iniciativas de liderança nos grupos de que faz parte; e é sociável e não se isola dos demais.
Artística: através das artes expressa seus sentimentos, pensamentos, ideias e humor como na dança, no teatro, na música, na pintura e outras áreas.
Psicomotora: manifesta-se habilidoso no desporto e em actividades que requerem o uso do corpo; e tem coordenação psicomotora destacável.
Motivação: envolve-se totalmente nas actividades de seu interess; resiste à interrupção no que faz; aborrece-se com facilidade na realização de tarefas rotineiras; e é perfeicionista no que realiza.
Para descrever a natureza do comportamento de pessoas superdotadas ou com altas habilidades Andrés (2010) e Fleith (s/d) apresentam o Modelo dos Três Anéis de Renzulli, cujos factores que os caracterizam são:
A habilidade superior à média, em algumas áreas do conhecimento (processamento de informação, capacidade de pensamento abstrato e capacidade de integração de novas experiências);
O envolvimento com a tarefa (motivação, vontade, persistência, concentração e perseveranção na realização da tarefa); e
Criatividade (culto do pensamento divergente, uso do mesmo conceito em contextos diferentes; atribuição de significados diferentes às ideias, objectos e demais fenómenos).
  • Geralmente, as pessoas superdotadas ou com altas habilidades caracterízam-se por serem criativas uma vez que suas produções são geralmente únicas, originais, incomuns, inovadoras e de utilidade social.

Criatividade em Pessoas Superdotadas ou Talentosas

Os conceitos de superdotação ou altas habilidades estão intrinsecamente associados à criatividade.

  • Alencar (1991), considera que a criatividade é a capacidade que uma pessoa tem de produzir algo original, incomum e relevante, ou seja, útil para si e para a sociedade. Tal produção pode estar relacionada com ideias, objectos, resolução de problemas e outras produções ou soluções.
  • Alencar refere também que as pessoas criativas têm personalidade ou características próprias que as tornam superdotadas ou talentosas. No relacionamento com os outros elas demonstram ser: (i) autonomas na formação de ideias e na tomada de decisões; (ii) autoconfiantes na tomada de decisões; (iii) abertas para vivenciarem novas aprendizagens e experiências de vida; (iv) flexíveis para reformularem julgamentos e soluções; (v) persistentes no alcance dos seus objectivos, mesmo que para tal tenham que correr riscos de vária natureza; (vi) sensíveis ao que acontece ao redor deles, o que os leva a serem solidários com as alegrias e as tristezas dos outros; e (vii) com autoestima positiva na medida em que valorizam as suas ideias, os seus actos, as suas decisões os seus julgamentos e a maneira de ser e estar com os outros.
O desenvolvimento do potencial criador por toda a vida, vai depender, em grande medida, das estimulações que a pessoa com estas capacidades vai receber, precocemente, na família e, mais tarde, na escola. Cabe a esta, oferecer à pessoa criativa uma visão ampla das suas potencialidades em relação ao seu valor social e da importância das suas ideias incomuns e produções inovadoras, para ela mesma e para a humanidade.
   

 

O caso Fabião Misturado

Ontem, foi um dia desgastante para a professora Odete de Albuquerque, da 2ª Classe, na Escola Primária Completa “Heróis Moçambicanos”, no bairro Sococo, no Município de Quelimane. Assim ela se explica do seu desgaste ao Director-Adjunto Pedagógico, o dr Simões Repolho:
“Está cada vez mais difícil ensinar ao Fabião Misturado! Toda a hora ele apronta uma. Está mais tempo a provocar os colegas do que a trabalhar: bate-os, pula de carteira em carteira e estorva a concentração de todos. Já o chamei à atenção por várias vezes. Também já falei com os pais mas, eles disseram-me que em casa ele agia do mesmo modo e que esperavam ajuda da escola. Tem atitudes e comportamentos de uma criança mais velha. Responde rápido, é muito seguro e teimoso no que quer, diz e faz. É sempre o primeiro a concluir as tarefas que dou à turma. Algumas vezes, nem as conclui e recusa-se a realizá-las. Contudo, gosta de resolver os exercícios dos colegas. No caderno dele encontrei exercícios avançados de Português e Matemática da 2ª Classe, já resolvidos. Adora Matemática. Tudo o que diz respeito a números, contas e cálculo é com ele. Mesmo assim, não posso estar a aturar só a ele enquanto tenho outras 59 crianças na turma. Não consigo mais controlar as inquietações do Fabião. É muito indisciplinado. E agora, o que é que eu faço, dr Repolho? Peço ajuda!
  

Actividades  
Actividade 1
Duração: 10 mn
  

Individual e atentamente:

 

Leia o texto “O caso Fabião Misturado”.

 

Sintetize as principais ideias do texto.

  
Actividade 2
Duração: 20 mn
  

Dois a dois, reflitam no seguinte:

 

Conte ao seu parceiro alguma experiência tida, directa ou indirecta, com algum aluno considerado superdotado ou talentoso.

 

Descrevam os feitos desses alunos para serem considerados superdotados ou talentosos.

 

Elaborem argumentos que justifiquem o vosso posicionamento para considerarem tais alunos como superdotados ou talentosos.

  
Actividade 3
Duração: 60 mn
  

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

(os membros de cada dupla devem estar em grupos diferentes)

  

Analizem os argumentos elaborados por cada dupla em relação aos alunos identificadas como superdotados ou com altas habilidades.

 

Descrevam as características de alunos superdotados ou com altas habilidades.

 

Elaborem propostas de estratégias de ensino facilitadoras da aprendizagem de alunos superdotados ou com altas habilidades.

 

Ainda em grupos:

 

Com base nas estratégias elaboradas planifiquem uma sessão de capacitação da professora Odete de Albuquerque e seus colegas em estratégias de ensino para a facilitação da aprendizagem de alunos superdotados ou com altas habilidades.

 

Preparem a simulação da capacitação dos professores em estratégias de ensino e de aprendizagem de alunos superdotados ou com altas habilidades.

  
Actividade 4
Duração: 60 mn
  

Em sessão plenária:

 

Avaliem os produtos elaborados por cada grupo, nomeadamente: (i) as características de alunos supertotados ou talentosos; (ii) as estratégias de ensino de alunos superdotados ou talentosos; e (iii) os planos de capacitação de professores de alunos superdotados ou com altas habilidades.

 

Cada grupo faz a simulação da capacitação planificada.

 

Todos, em conjunto:

 

Avaliem a simulação de cada grupo.

 

Elaborem uma lista de recomendações para os professores de alunos superdotados ou com altas habilidades.

  
Actividade 5
Duração: 30 mn
  

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

Identifiquem nas vossas comunidades pessoas consideradas superdotadas ou com altas habilidades.

 

Discutam os feitos de cada um dos supostos superdotados/ com altas habilidades e seleccionem três, de áreas diferentes, para participarem numa mesa-redonda.

 

Elaborem uma lista de questões que possam ser colocadas a cada um dos convidados para participarem na mesa-redonda.

 

Elaborem o convite a ser entregue aos suportos superdotados ou com altas habilidades identificados.

  
Actividade 6
Duração: 60 mn
  

Em sessão plenária:

 

Avaliem o trabalho realizado por cada grupo sobre: (i) as pessoas superdotadas ou com altas habilidades identificadas; (ii) as questões propostas para serem apresentadas aos convidados à mesa-redonda; e (iv) as propostas de convite.

 

De todas as pessoas identificadas como superdotadas ou com altas habilidades em cada grupo, seleccionem três que trabalham em áreas diferentes, para serem convidadas para participarem na mesa-redonda.

 

Das questões propostas por em cada grupo, seleccionem as mais apropriadas ou pertinentes para serem apresentadas aos convidados à mesa-redonda.

 

A partir das propostas de cada grupo, elaborem o convite a ser endereçado às pessoas superdotadas ou com altas habilidades seleccionadas

 

Endereçam os convites e a lista de questões às pessoas superdotadas ou com altas habilidades seleccionadas.

  
Actividade 7
Duração: 60 mn
  

Em sessão plenária:

 

Preparem a realização da mesa-redonda.

 

Realizem a mesa-redonda.

 

Avaliem os resultados da mesa-redonda.

 

Tirem conclusões a partir da aprendizagem obtida na mesa-redonda.

 

Elaborem mensagens de incentivo aos alunos superdotados ou com altas habilidades e seus professores.

  

Autoavaliação 

Identifiquem na comunidade e na sociedade as práticas e produções criativas associadas às pessoas superdotadas ou com altas habilidades.

 

Descrevam a utilidade e pertinência sociais das práticas e produções das pessoas superdotadas ou com altas habilidades.

 

Chave de Correcção 

A solução das actividades propostas é livre, passando, necessariamente, pela consulta das seguintes obras:

 

Alencar, E. (1993). Perspectivas e Desafios da Educação do Superdotado.

 

Andrés, A. (2010). Educação de Alunos Superdotados/ Altas Habilidades: legislação e normas nacionais e legislação internacional.

 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia:

 

Estratégias de Ensino e Aprendizagem (pg 112).

 

Métodos e Estratégias Especiais de Ensino e Aprendizagem (pg 115).

 

Fleith, D. (s/d). Atendimento e Acompanhamento ao Superdotado e sua Família: a experiência do Distrito Federal.

  

Para a resolução das actividades propostas, outras obras poderão ser consultadas dependendo dos conhecimentos e das experiências das pessoas envolvidas no processo.

  

Bibliografia Complementar 

Alencar, E. (1991). Como Desenvolver o Pontencial Criador: um guia para a libertação da criatividade em sala de aula. Petrópoles: Vozes

 

Fleith, D. (s/d). Atendimento e Acompanhamento ao Superdotado e sua Família: a experiência do Distrito Federal. Recuperado aos 16 de Julho de 2013, em: www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/CONF_SIMP/textos/...

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia. Maputo: Instituto de Desenvolvimento da Educação

 

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula. Porto: Porto Editora

 
 

Unidade Temática IV: Alunos com Necessidades

 

Educativas Especiais de Natureza Sensorial

   

Introdução da Unidade Temática

 
  • As necessidades educativas especiais desenvolvidas nesta Unidade Temática são de natureza auditiva e visual. Para a discussão das suas características, essencialmente didáctico-pedagógicas, são apresentados os estudos de caso da Joana Fogão e da Melita Mbeve.
  • Joana é uma menina surda e Melita é professora da Serafina, que é cega. Cada caso tem as suas especificidades: o primeiro de uma aluna que tem necessidades educativas especiais e, o segundo, de uma professora que não está formada para satisfazer as necessidades de aprendizagem da sua aluna.
  • Muitos alunos e professores vivenciam, dramaticamente, problemas simulares aos da Joana e da Melita. São apresentadas nesta Unidade Modular algumas actividades que os professores poderão ajustá-las às suas realidades profissionais para se capacitarem visando satisfazer as aprendizagem de qualquer aluno, sejam quais forem as suas necessidades educativas especiais.
 

Evidências Requeridas da Unidade Temática

 

No final do estudo desta Unidade Temática, o formando:

 
  • Identifica as necessidades de aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais (individuais e colectivas), de natureza auditiva e visual;
  • Caracteriza os alunos com necessidades educativas especiais de natureza auditiva e visual;
  • Adapta o currículo nacional e local às necessidades de aprendizagem de alunos com necessidades especiais (individuais e colectivas), de natureza auditiva e visual;
  • Aplica planos de aula para a satisfação da aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais (individuais e colectivas), de natureza auditiva e visual.
 

Recursos de Aprendizagem

No estudo de caso a seguir descrito é relatada a história escolar da Joana Fogão, aluna da Escola Primária Completa “Eduardo Mondlane”, localizada na Provícia da Zambézia.

Necessidades Educativas Especiais de Natureza Auditiva

O caso Joana Fogão

 

Joana Fogão é uma menina de 9 anos de idade, que estuda na Escola Primária Completa “Eduardo Mondlane”, situada no bairro Qualane, no Município de Nicoadala, na província da Zambézia.
Actualmente, é repetente na 2ª Classe. Já o tinha sido na 1ª. Os pais estão muito preocupados com o atraso e as dificuldades escolares da filha. Por várias vezes foram falar com o professor para saberem o que deveria ser feito para ela poder estudar com sucesso.
O professor queixou-se muito da Joana. Disse que ela nunca fazia as actividades recomendadas. Passa a maior parte do tempo distraída e quieta no seu lugar. Muito pouco interage com os colegas. Não fala. Quando a manda fazer uma tarefa, faz outra. Ele foi muito claro para com os pais ao dizer-lhes que Joana não tinha condição nenhuma para transitar, pois não tinha desenvolvido as competências necessárias que lhe permitissem passar para a 3ª. Por outras palavras, ela iria reprovar pela segunda vez na mesma classe.
Por recomendação do professor, os pais da Joana foram conversar com o Director-Adjunto Pedagógico que já estava inteirado do caso. Eles ouviram deste dirigente que a escola não tinha mais o que fazer uma vez que o que a competia já tinha sido feito. Contudo, aconselhou-os a irem ao hospital para que a filha fosse submetida a algum diagnóstico médico.
No hospital, a médica constatou que Joana não percebia muito do que a dizia. Fez uns testes e apercebeu-se que ela não ouvia bem, isto é, tinha algum problema na audição. Os pais ao serem interrogados sobre esta situação, num primeiro momento, não souberam o que responder. Depois das insistências da médica sobre a história de saúde da menina, a mãe acabou dizendo que ela aos três anos tinha sofrido de malária que quase a matava. Em muitos momentos para ser entendida tinha que lhe falar em voz alta e próximo do ouvido. Mesmo assim, tanto a mãe como o pai nunca relacionaram essa maneira de ser da filha com a deficiência e muito menos com as dificuldades escolares. Estes dados foram fundamentais para a médica concluir que Joana tinha algum grau de comprometimento auditivo. Após isso, ela deu algumas recomendações aos pais para que fossem transmitidas ao professor da Joana.

 

Actividades  

 

 
Actividade 1
Duração: 10 mn
  

Individual e atentamente:

 

Leia o texto “O caso Joana Fogão”.

 

Sintetize as principais ideias do texto.

  
Actividade 2
Duração: 130 mn
  

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

(os membros de cada dupla devem estar em grupos diferentes)

 

Discutam as principais ideias de cada um dos elementos do grupo.

 

Pensem numa situação inversa à vivida pela Joana e seus pais.

 

Elaborem um texto contrário à situação vivida pela Joana e seus pais.

 

Completem a história da Joana descrevendo o que terá acontecido com ela após a consulta médica.

 

Produzam uma dramatização (roleplayng), com base do texto produzido pelo grupo (indiquem quem irá desempenhar os papéis da Joana, dos seus pais, so seu professor, do Director-Adjunto Pedagógico, da médica.

 

Ensaiem a dramatização produzida pelo grupo para posterior apresentação na sessão plenária.

 

Tirem conclusões sobre a actividade realizada pelo grupo.

  
Actividade 3
Duração: 160 mn
  

Em sessão plenária:

 

Cada grupo apresenta a dramatização que produziu.

 

Avaliem criticamente a dramatização de cada grupo.

 

Tirem conclusões das apresentações e da avaliação de cada dramatização.

  

Autoavaliação  

Que necessidades de aprendizagem a Joana tem?

 

Que tipo de ajudas os professores necessitam necessitam para poderem ensinar tantas outras crianças como a Joana?

 

Que mudanças devem ocorrer nas vossas escolas para que crianças como a Joana possam ser escolarizadas como qualquer outra?

  

Chave de Correcção  

A solução das actividades propostas é livre, passando, necessariamente, pela consulta da obra, 

 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia:

 

Estratégias de Ensino e Aprendizagem (pg 112).

 

Métodos e Estratégias Especiais de Ensino e Aprendizagem (pg 115).

 

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula.

  

Para a resolução das actividades propostas, outras obras poderão ser consultadas dependendo dos conhecimentos e das experiências das pessoas envolvidas no processo.

  

Necessidades Educativas Especiais de natureza Visual

 

O caso apresentado abaixo, reporta uma experiência profissional da professora Melita que se caracteriza pela dificuldade que tem para lidar com a sua aluna Serafina, que é cega.

  

O caso Melita Mbeve

 

Melita Mbeve é professora de N3, formada no Instituto do Magistério Primário (IMAP) da Matola, já lá vão 15 anos. Há 8 anos, está a dar aulas nas classes do 1º Ciclo, na Escola Primária “19 de Outubro”, em Mazavanine, no distrito da Manhiça. No corrente ano, lecciona uma turma da 1ª Classe que a considera com características diferentes em relação a todas as outras classes anteriores. Tal diferenciação deve-se ao facto de ter na turma actual a Serafina Chirindza, uma menina de 9 anos de idade.
Serafina é uma menina cega, de nascença. Seus pais tiveram sempre dificuldades para lidar com a deficiência dela. Depois de muita resistência, sensibilizados pelos activistas da acção social do distrito, acabaram aceitando que ela fosse estudar.
Quando a professora Melita soube que sua turma tinha uma criança cega, ficou desesperada. Nunca tinha vivido uma experiência docente com alunos com necessidades educativas especiais, de qualquer tipo que fosse. Conversou e pediu conselhos aos colegas sobre que atitude tomar face à situação com a qual se deparava. Estes, sem também nunca terem tido uma experiência semelhante, apenas encorajaram-na para o exercício de tão nobre missão. Pediu esclarecimento e apoio à Direcção da Escola no que devia fazer pelo facto de nunca, na vida profissional, ter lidado com semelhante caso.
Para supresa de Melita, o Director da Escola informou-a que também nunca tinha vivido situação semelhante, mas, no fim do ano passado, tinha participado, na vila da Manhiça, num seminário sobre Educação Inclusiva. Neste, aprendeu algumas técnicas de como lidar com alunos com necessidades educativas especiais, aprendizagem essa que iria partilhar com todos os outros colegas, na perspectiva de tornar a Escola “19 de Outubro” inclusiva.
Embora haja a pretensão de a Escola vir a ser inclusiva, ela não tem nenhum material Braille e ninguém, alguma vez, foi formado para trabalhar com este tipo de alfabeto. Também, a sua construção foi feita sem se ter em conta a acessibilidade de mobilidade de crianças com necessidades educativas especiais. Contudo, três professores da Escola, incluindo a professora Melita Mbeve, durante a formação no IMAP, tiveram aulas teóricas sobre Necessidades Educativas Especiais.
  

Actividades   
Actividade 1
Duração: 10 mn
  

Individual e atentamente:

 

Leia o texto “O caso Melita Mbeve”.

 

Sintetize as principais ideias do texto.

  
Actividade 2
Duração: 130 mn
  

Aos pares:

 

Partilhem as sínteses elaboradas por cada um.

 

Tirem conclusões da partilha que tiveram.

 

Elaborem uma lista de facilidades ambientais, pedagógicas e culturais da escola para a professora Melita poder ensinar a Serafina com seus colegas sem necessidades educativas especiais.

 

Elaborem uma lista de barreiras ambientais, pedagógicas e culturais da escola que possam prejudicar o desempenho da professora Melita no ensino da Serafina com seus colegas sem necessidades educativas especiais.

 

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

(os membros de cada dupla devem estar em grupos diferentes)

  

Introduzam melhorias nas listas das facilidades e das barreiras de desempenho da professora Melita no processo de ensino da Serafina.

 

Reflitam sobre como elevar e dar sustentabilidade às facilidades de ensino à Serafina e seus colegas sem necessidades educativas especiais.

 

Façam propostas de como remover as barreiras de ensino da Serafina e de outras crianças com necessidades educativas especiais visuais que possam vir a frequentar a Escola “19 de Outubro”.

 

Elaborem uma lista de propostas para a Direcção da Escola, os professores, os alunos, os pais ou encarregados de educação e a comunidade sobre as formas de ensino facilitadoras da aprendizagem da Serafina com seus colegas sem necessidades educativas especiais.

  
Actividade 3
Duração: 160 mn
  

Em sessão plenária:

 

Avaliem os trabalhos elaborados por cada grupo.

 

Tirem conclusões sobre a avaliação dos trabalhos dos grupos.

  

Autoavaliação 

Que mudanças devem ocorrer em qualquer escola primária moçambicana para que alunos com necessidades educativas especiais tenham aprendizagem bem sucedida?

 

Que tipo de ajuda um professor de qualquer escola primária moçambicana pode necessitar para ter desempenho bem sucedido no ensino de alunos de uma sala de aula inclusiva?

  

Chave de Correcção 

A solução das actividades propostas é livre, passando, necessariamente, pela consulta da obra,

 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia:

 

Estratégias de Ensino e Aprendizagem (pg 112).

 

Métodos e Estratégias Especiais de Ensino e Aprendizagem (pg 115).

 

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula.

  

Para a resolução das actividades propostas, outras obras poderão ser consultadas dependendo dos conhecimentos e das experiências das pessoas envolvidas no processo.

  

Bibliografia Complementar 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, Rosalina. (2012). Módulo de Psicopedagogia. Maputo: Instituto de Desenvolvimento da Educação

 

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula. Porto: Porto Editora

 
 

Unidade Temática V: Crianças com Necessidades

 

Educativas Especiais de Natureza Mental

  
 

Introdução da Unidade Temática

 
  • O caso “Mozipho Magariro”, é semelhante ao de muitas outras crianças que frequentam as escolas primárias moçambicanas. São crianças que, devido às suas condições biológicas de desvantagem, são lhes retidas as possibilidades de participarem na própria aprendizagem académica e social.
  • Nesta Unidade Temática são apresentados aos professores primários em formação, exemplos de exercícios de acção-reflexão sobre as realidades da prática docente com alunos com necessidades educativas especiais.
  • De maneira criativa e contextualizada os futuros professores poderão aplicar e enriquecer os exercícios sugeridos na perspectiva de adquirirem competência profissionais com as quais possam satisfazer as necessidades de aprendizagem de todos alunos que tenham necessidades educativas especiais de natureza mental.
 

Evidências Requeridas da Unidade Temática

 

No final do estudo desta Unidade Temática, o formando:

 
  • Identifica as necessidades de aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais (individuais e colectivas) de natureza mental;
  • Caracteriza o aluno com necessidades educativas especiais de natureza mental;
  • Adapta o currículo nacional e local às necessidades de aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais (individuais e colectivas), de natureza mental.
  • Aplica planos de aula para a satisfação da aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais (individuais e colectivas) de natureza mental.
 

Recursos de Aprendizagem

 

O caso Mozipho Magariro

 

Ontem, foi um dia desgastante para a professora Percina Faztudo, da 1ª classe, na Escola Primária Completa “25 de Setembro”, no bairro Chingoze, no Município de Tete. Segurando um aluno pela mão, ofegante, apressada e falando consigo mesma entrou no Gabinete do dr Paulo Guterres, o Director-Adjunto Pedagógico. Imediatamente, sentou-se diante dele proferindo o seguinte:
“Não aguento mais! Não sei o que fazer com este menino! Já fiz tudo o que estava ao meu alcance. O Mozipho Magariro não aprende nada!... Demonstra não ter vontade de fazer os trabalhos escolares. Quando o mando escrever alguma coisa no quadro ou no caderno só garatuja. Na sala de aula está mais a incomodar os colegas do que a trabalhar. Anda de carteira em carteira e estorva a concentração dos demais. Às vezes, sai da sala e fica sozinho fora, sentado debaixo da árvore. Quando me aproximo dele, foge e recusa-se voltar à sala. De vez em quando, volta sozinho, mas não para o seu lugar. Só o faz acompanhado por mim ou por um outro aluno. Nos poucos momentos em que consigo interagir com ele, demonstra ser carinhoso: senta-se no meu colo, abraça-me e beija-me. Apesar de tudo, gosta de realizar algumas actividades como: desenhar, recolher os cadernos dos colegas para eu corrigir, apanhar os papéis na sala com os colegas e fazer educação física. Já conversei com os pais. Disseram-me que o Mozipho, que está agora com seis anos, aos três contraíu malária que quase o matava. Disseram ainda que só começaram a se aperceber das dificuldades dele quando começou a frequentar a escolinha, apresentando uma linguagem um pouco pobre e atrasada comparando-a com a doutras crianças da sua idade. Por exemplo, a irmã mais nova, de quatro anos tem um desenvolvimento mais rápido que o dele. Pediram-me ajuda, carinho, paciência e um pouco mais de esforço na orientação da aprendizagem do filho. Falaram-me também que ambos trabalham, que não têm tempo para apoiar o filho no meio da semana, o que só podem fazer nos fins-de-semana. Informaram-me ainda que durante o período em que o Mozipho não tem aulas, de manhã, fica em casa com a empregada enquanto a irmã está na escolinha, todo o dia. Estamos em Agosto. Não lê e não escreve nada! Não posso parar com o trabalho de todos outros 59 alunos por causa dele. Não tenho apoio de ninguém”!
  

Actividades  
Actividade 1
Duração: 10 mn
  

Individual e atentamente:

 

Leia o texto “O caso Mozipho Magariro”.

 

Sintetize as principais ideias do texto.

  
Actividade 2
Duração: 130 mn
  

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

Discutam as conclusões de cada um dos elementos do grupo sobre o caso em estudo.

 

Descrevam os comportamentos do Mozipho na sala de aula, em relação ao seguinte:

 

A sua maneira de estar na sala.

 

Como interage com os colegas.

 

O que gosta de fazer ou aprender.

 

As competências desenvolvidas.

 

Ajudem a professora Percina a identificar as necessidades de aprendizagem do Mozipho.

 

Tracem estratégias para a satisfação das necessidades de aprendizagem identificadas.

 

Preparem uma sumulação para a aplicação de uma das estratégias traçadas.

 

Tirem conclusões sobre as discussões tidas no grupo.

  
Actividade 3
Duração: 160 mn
  

Em sessão plenária:

 

Apreciem os trabalhos realizados por dada grupo.

 

Cada grupo faz a simulação da estratégia seleccionada para satisfação das necessidades de aprendizagem do Mozipho.

 

Façam uma reflexão crítica de cada simulação, visando melhorar as práticas de ensino para alunos com necessidades educativas especiais.

 

Tirem conclusões de tudo o que foi descutido na sessão.

  

Autoavaliação 

Para além das competências académicas, que outras o Mozipho pode desenvolver na sala de aula?

 

Que outros casos semelhantes ao do Mozipho existem nas vossas escolas?

 

Elaborem argumentos que expliquem que uma criança como o Mozipho pode aprender com sucesso nas vossas escolas?

  

Chave de Correcção 

A solução das actividades propostas é livre, passando, necessariamente, pela consulta da obra,

 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia:

 

Estratégias de Ensino e Aprendizagem (pg 112).

 

Métodos e Estratégias Especiais de Ensino e Aprendizagem (pg 115).

 

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula.

  

Para a resolução das actividades propostas, outras obras poderão ser consultadas dependendo dos conhecimentos e das experiências das pessoas envolvidas no processo.

  

Bibliografia Complementar 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, Rosalina. (2012). Módulo de Psicopedagogia. Maputo: Instituto de Desenvolvimento da Educação

 

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula. Porto: Porto Editora

 
 

Unidade Temática VI: Crianças com Necessidades

 

Educativas Especiais de Natureza Físico-Motora

  
 

Introdução da Unidade Temática

 
  • Nas nossas escolas, os alunos com problemas físico-motores nem sempre apresentam dificuldades de aprendizagem resultantes da condição de desvantagem em que se encontram. Geralmente, suas limitações de acesso à escola e à sala de aulas reduzem as suas possibilidades de aprenderem permanente e sistematicamente.
  • O caso “Nhundo Mutombele” reflecte a situação de milhares de outras crianças que experimentam dificuldades similares nas nossas escolas. As sugestões de actividades a seguir apresentadas têm em vista orientar os formandos de como agir e se capacitar, pedagogicamente, diante de qualquer aluno com necessidades educativas especiais de natureza físico-motora.
 

Evidências Requeridas da Unidade Temática

 

No final do estudo desta Unidade Temática, o formando:

 
  • Caracteriza o aluno com necessidades educativas especiais de natureza físico-motora;
  • Identifica as necessidades de aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais (individuais e colectivas) de natureza fisico-motora;
  • Adapta o currículo nacional e local às necessidades de aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais (individuais e colectivas), de natureza físico-motora.
  • Aplica planos de aula para a satisfação da aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais (individuais e colectivas) de natureza físico-motora.
 

Recursos de Aprendizagem

O caso Nhundo Mutombene

 

Nhundo Mutombene vive na aldeia de Mbau, em Mocímboa da Praia. É uma menina de 8 anos de idade. Seus membros superiores e inferior direito estão semi-imobilizados. Seu corpo, da bacia para cima está inclinado para a direita. As palavras que emite são quase imperceptíveis. Sua fala é lenta e arrastada como se tivesse a falar comendo algo. Cocheia, acentuadamente, no seu andar. Não consegue realizar grandes caminhadas, pois cansa-se com rapidez. Com algum esforço percorre, com certa autonomia, até mais ou menos quinhentos metros de distância. Sua inteligência é considerada mediana.
A condição físico-motora de Nhundo dificulta-a de acompanhar as aulas satisfatoriamente porque o estudar sentada no chão, como os seus 64 colegas da 2ª Classe e todos outros da escola, provoca-lhe dores e cansaço físicos frequentes.
A grande dificuldade de Nhundo é ir à escola que se situa, aproximadamente, a três quilómetros da sua casa. Nas costas, a mãe, dona Saquina, é quem a leva e a vai buscar à escola. Às vezes, falta às aulas quando ela não tem como acompanhá-la. Isso ocorre quando o irmão, de 2 anos de idade, é assolado por crises agudas de asma.
As necessidades educativas especiais de Nhundo, para além de advirem da deficiência e das frequentes ausências às aulas, são acrescidas pelo facto da Escola Primária Completa “Samora Machel”, não estar preparada para lidar com a situação educativa dela.

Actividades   
Actividade 1
Duração: 10 mn
  

Individual e atentamente:

 

Leia o texto “O caso Nhundo Mutombene”.

 

Sintetize as principais ideias do texto.

  
Actividade 2
Duração: 130 mn
  

Em grupos de 4 a 6 membros:

 

Avaliem as principais ideias de cada membro do grupo.

 

Descrevam as necessidades de aprendizagem do Nhundo Mutombene.

 

Proponham soluções pedagógicas ou educativas para cada uma das necessidades de aprendizagem descritas.

 

Elaborem uma lista de conselhos para os professores, a escola, a família e a comunidade que possibilitem uma maior participação escolar do Nhundo.

 

Tirem conclusões sobre as discussões havidas no grupo.

  
Actividade 3
Duração: 160 mn
  

Em sessão plenária:

 

Avaliem, criticamente, as produções de cada grupo em relação: (i) às necessidades de aprendizagem identificadas; (ii) às soluções pedagógicas ou educativas propostas; e (iii) às conclusões elaboradas.

 

Introduzam melhoriam nas produções de cada grupo.

 

Tirem conclusões das apresentações e discussões havidas em torno das produções de cada grupo.

  

Autoavaliação  

Que melhorias devem ser feitas nas nossas escolas para que meninos como o Nhundo possam estudar satisfatoriamente?

 

Que apoios os pais necessitam para que seus filhos como o Nhundo possam ser correctamente escolarizados?

 

Que mudanças devem ser feitas, favoráveis à escolarização do Nhundo e de muitas outras crianças como ela, que vivem nas vossas comunidade?

  

Chave de Correcção  

A solução das actividades propostas é livre, passando, necessariamente, pela consulta da obra,

 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia:

 

Estratégias de Ensino e Aprendizagem (pg 112).

 

Métodos e Estratégias Especiais de Ensino e Aprendizagem (pg 115).

 

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula.

  

Para a resolução das actividades propostas, outras obras poderão ser consultadas dependendo dos conhecimentos e das experiências das pessoas envolvidas no processo.

  

Bibliografia Complementar  

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, Rosalina. (2012). Módulo de Psicopedagogia. Maputo: Instituto de Desenvolvimento da Educação

 

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula. Porto: Porto Editora

 
 

Unidade Temática VII: Adaptações Curriculares na Sala de Aula Inclusiva

  
  

Introdução da Unidade Temática

 

A definição e os tipos das adaptações curriculares, acrescidos às aplicações das de pequeno porte, constituem os principais tópicos da presente Unidade Temática. Ela situa-se na busca de elementos explicativos das responsabilidades individuais e partilhadas dos gestores educacionais e dos professores na melhoria da qualidade de aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais, numa sala de aula inclusiva.

  

Esta Unidade está mais centrada na clarificação das competências que são da inteira e exclusiva responsabilidade do professor na planificação, implementação e avaliação de uma aula com alunos com necessidades educativas especiais.

  

Evidências Requeridas da Unidade Temática

 

No final do estudo desta Unidade Temática, o formando:

 
  • Define as adaptações curriculares.
  • `Descreve os diferentes tipos de adaptações curriculares.
  • Aplica as adaptações curriculares de pequeno porte na satisfação das necessidades de aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais.
 

Recursos de Aprendizagem

Adaptações Curriculares na Sala de Aula Inclusiva

Definição de Adaptações Curriculares
Aranha (2000) considera que as adaptações curriculares referem-se aos métodos, estratégias e recursos que o sistema educacional deve oferecer a todo e qualquer aluno para que possa aprender com sucesso, independentemente de ter ou não necessidades educativas especiais. Elas permitem que os alunos (i) tenham acesso facilitado ao currículo; (ii) participem efectivamente em todos os programas escolares; e (iii) tenham as suas necessidades particulares de aprendizagem satisfeitas.
Tipos de Adaptações Curriculares
As adaptações curriculares podem ser de dois tipos: as de grande porte (significativas) e as de pequeno porte (não significativas).
Adaptações curriculares de grande porte
As adaptações curriculares significativas ou de grande porte, são aquelas que requerem, nas escolas, mudanças substanciais a nível político, administrativo, financeiro e burocrático, para que os alunos com necessidades educativas especiais possam ter acesso livre ao currículo. Por exemplo, dentre muitas outras, é da responsabilidade dos órgãos político-administrativos superiores: (i) a aquisição de equipamento braille para que os cegos possam aprender; (ii) a definição de políticas escolares inclusivas; (iii) a construção de infra-estruturas escolares que garantam a acessibilidade de todos; e (iv) a formação de professores com competências para lidarem com as necessidades educativas especiais.
As adaptações curriculares significativas estão fora do domínio do professor. São da competência dos órgãos de administaração e gestão educacional local, provincial e nacional. Contudo, a planificação delas depende das informações e preocupações do professores na implementação das adaptações de pequeno porte.
Adaptações curriculares de pequeno porte
As adaptações curriculares de pequeno porte ou não significativas, são da responsabilidade exclusiva de cada professor. Referem-se às competências que ele deve demonstrar e desenvolver na sala de aula, nos domínios: (i) da contextualização do ensino; (ii) da planificação do ensino; e (iii) da programação individual do ensino.
Aplicação das Adaptações de Pequeno Porte
Nas adaptações não significativas o professor faz modificações no currículo nacional para que seja concretizada a satisfação das necessidades individuais de aprendizagem daqueles alunos que têm necessidades educativas especiais. Elas são implementadas aos níveis: (i) dos objectivos; (ii) dos conteúdos; (iii) dos métodos e estratégias; (iv) da avaliação; (v) da temporalidade; e (vi) da organização da sala de aula.
As adaptações curriculares de pequeno porte devem ser orientadas pelo professor numa perspectiva de inclusão escolar e de contextualização de todas as suas práticas de ensino.

Actividades  
Actividade 1
Duração: 10 mn
  

Individual e atentamente:

 

Leia o texto “O caso Joshua Mabilibile”.

 

Sintetize as principais ideias do texto.

  
Actividade 2
Duração: 20 mn
  

Aos pares:

 

Discutem as sínteses de cada um em relação ao texto em estudo.

 

Tirem conclusões da vossa discussão.

  
Actividade 3
Duração: 90 mn
  

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

(os membros de cada dupla devem estar em grupos diferentes)

 

Avaliem as conclusões de cada dupla ajustando-as às actividades que se farão em seguida:

 

Em relação às vossas escolas, caracterizem as adaptações curiculares de grande e pequeno porte.

 

Expliquem os níveis de responsabilidade e de competências dos gestores e professores na implementação das adaptações curriculares.

 

Clarifiquem as finalidades de cada tipo de adaptações curriculares.

 

Elaborem um plano de aula no qual a abordagem dos níveis de adaptações curriculares busca satisfazer as necessidades de aprendizagem dos alunos descritos em cada “caso”.

 

Tirem conclusões das tarefas realizadas.

  
Actividade 4
Duração: 120 mn
  

Em sessão plenária:

 

Avaliem os trabalhos de cada grupo:

 

A caracterização das adaptações curriculares de grande e de pequeno porte.

 

Os níveis de responsabilidade e de competências dos gestores e dos professores na implementação das adaptações curriculares.

 

A indicação das finalidades das adaptações curriculares.

 

Os planos de aulas elaborados na perspectiva das adaptações curriculares.

 

As conclusões elaboradas por cada grupo.

 

Avaliem as simulações de cada grupo.

 

Tirem conclusões da avaliação da simulação e de todos os trabalhos elaborados pelos grupos.

  

Autoavaliação 

Apresentem as dificuldades sentidas na planificação de aulas orientada para as adaptações curriculares de alunos com necessidades educativas especiais.

 

Partilhe com os colegas as melhores estratégias visando a superação dificuldades na planificação de uma aula focalizada nas adaptações curriculares.

  

Chave de Correcção 

A solução das actividades propostas é livre, passando, necessariamente, pela consulta das seguintes obras:

 

Aranha, M. (2000). Adaptações Curriculares de Grande Porte.

 

Aranha, M. (2000). Adaptações Curriculares de Pequeno Porte.

 

INDE. (2003). Programa das Disciplinas do Ensino Básico: 1º Ciclo:

 

Estrutura do Programa (pg 3).

 

Avaliação na Disciplina de Português no Ensino Básico (pg 13).

 

Programa de Português - Plano Temático - 1ª Classe (pg 23).

 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia:

 

Estratégias de Ensino e Aprendizagem (pg 112).

 

Métodos e Estratégias Especiais de Ensino e Aprendizagem (pg 115).

  

Para a resolução das actividades propostas, outras obras poderão ser consultadas dependendo dos conhecimentos e das experiências das pessoas envolvidas no processo.

  

Bibliografia Complementar 

Aranha, M. (2000). Adaptações Curriculares de Grande Porte. Brasília: Ministério da Educação, recuperado aos 08 de Julho de 2013 em www.portal.mec.gov.br/seesp//arquivos/pdf/cartilha05.pdf

 

------- (2000). Adaptações Curriculares de Grande Porte. Brasília: Ministério da Educação, recuperado aos 08 de Julho de 2013 em www.portal.mec.gov.br/seesp//arquivos/pdf/cartilha06.pdf

 

INDE. (2003). Programa das Disciplinas do Ensino Básico: 1º Ciclo. Maputo: Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação.

 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia. Maputo: INDE

 
 

Unidade Temática VIII: Avaliação da Aprendizagem na Sala de Aula Inclusiva

   

Introdução da Unidade Temática

 
  • Com os tópicos apresentados nesta Unidade Temática pretende-se que o formando, nas suas futuras práticas profissionais de ensino, aplique, criativamente, estratégias e instrumentos de avaliação adequados às características e às nessecidades pessoais de aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais.
  • Sugere-se que o desenvolvimento das competências de avaliação escolar na sala de aula inclusiva sejam construídas sob orientação dos formadores.
 

Evidências Requeridas da Unidade Temática

 

No final do estudo desta Unidade Temática, o formando:

 
  • Contextualiza a evolução das práticas de avaliação da aprendigem na sala de aula.
  • Analisa os diferentes tipos de avaliação na perspectiva da educação inclusiva.
  • Aplica técnicas e instrumentos de avaliação escolar, na sala de aula inclusiva.
 

Recursos de Aprendizagem

Avaliação da Aprendizagem na Sala de Aula Inclusiva

Em todos sistemas e níveis de ensino a avaliação da aprendizagem tem sido uniformemente usada como mecanismo quantificável de selecção, classificação e creditação das competências dos alunos, resultantes do desempenho de tarefas escolares.
Os primórdios dos testes da avaliação escolar
Desde o início do século XIX, cientístas têm vindo a desenvolver diferentes tipos de testes de avaliação das características e do comportamento humano. Um dos cientístas prioneiros nesse tipo de estudos foi o britânico Galton que, nos meados desse século, elaborou métodos de escala de avaliação e de sua padronização para a medição das características e do desempenho humanos. Já no começo do século XX, os franceses Binet e Simon, a partir de estudos anteriores efectuados pelo primeiro, realcionados com o fracasso escolar e o retardo mental, criaram o Teste Binet-Simon. Era objectivo deste teste medir a capacidade intelectual das crianças que frequentavam as escolas francesas. Este instrumento foi depois desenvolvido em Quociente de Inteligência, o QI.
O QI é o resultado da razão entre as idades mental (intelectual) e cronológica de um indivíduo, multiplicadas por 100. Isto é:
      Idade Mental

________________   x  100

 Idade Cronológica
Os testes ou questionários de avaliação de desempenho académico hoje aplicados nas nossas escolas são resultado dos avanços verificados no aperfeiçoamento e melhoria daqueles produzidos no início do século XX. Fundamentalmente, visam mensurar as capacidades intelectuais dos estudantes numa determinada tarefa escolar.
Como pode ser observado, ao testes têm um carácter uniformizador e padronizador o que sugere que quem não responde satisfatoriamente a eles, está fora dos padrões estabelecidos. Dizendo com maior clareza, o indivíduo não atingiu as competências desejadas, não possui as capacidades requeridas, está reprovado e, quando estes resultados negativos ocorrem sistematicamente, fica excluído da educação escolar.
Perspectivas da avaliação na sala de aula inclusiva
A actual tendência da avaliação escolar continua a ser selectiva, classificatória e de creditação. Seus instrumentos, para além dos aspectos puramente académicos, focalizados nas características observáveis e quantificáveis, estão muito longe de determinar, de forma abrangente, a dimensão histórico-social e particular de cada indivíduo em formação escolar. Suas experiências anteriores, suas características pessoais e suas necessidades individuais de desenvolvimento e aprendizagem não são tomadas em consideração.
No paradigma da sala de aula inclusiva, a aluno é visto como um ser biológico, psicológico, histórico, cultural e social, cujas experiências e conhecimentos advêm do seu processo de socialização. Assim sua educação escolar não só deve se limitar à aquisição e avaliação de conteúdos apenas académicos, mas também aos de sua socialização e de haquisição de habilidades para a vida.
Na vida escolar todos os alunos aprendem mas, cada um no seu rítmo e no seu estilo conforme for a situação de aprendizagem. Quanto mais for carinhoso e estimulante o ambiente educativo, maior será o sucesso de cada um, dentro das suas possibilidades, tendo ou não necessidades educativas especiais.
Que estratégias de avaliação aplicar na sala de aula inclusiva?
Os tipos de avaliação diagnóstica, formativa e sumativa, incluindo suas respectivas técnicas, instrumentos de registo e funções, são uma prática recorrente no sistema educativo moçambicano, cada um com as suas estratégias e finalidades de aplicação. O uso deles pelos professores ainda não está orientado para o registo das características de desempenho escolar de cada aluno. Face a estes factos e numa relação de eficiência e eficácia, a questão que se coloca é a seguinte: que estratégias de avaliação aplicar na sala de aula inclusiva?
A perspectiva da avaliação na sala de aula inclusiva é de que todos e cada um dos alunos, na diversidade, tenham os seus desempenhos avaliados realisticamente, nas dimensões académica e social, sem se recorrer a práticas sumativas ou comparativas, de um ser melhor em relação ao outro.
A avaliação sumativa é classificatória e selectiva do desempenho. Na sala de aula inclusiva esta actividade não tem fins competitivos mas sim de incentivo para a superação dos limites pessoais na aprendizagem.
Cabe aos formadores e seus formandos, nas suas prátivas formativas, realizarem exercícios de reflexão com a finalidade de proporem técnicas e instrumentos mais eficazes para a avaliação de alunos que tenham ou não necessidades educativas especiais, na sala de aula inclusiva.

Actividades  
Actividade 1
Duração: 10 mn
  

Individual e atentamente:

 

Leia o texto “Avaliação da Aprendizagem na Sala de Aula Inclusiva”.

 

Sintetize as principais ideias do texto.

  
Actividade 2
Duração: 20 mn
  

Em duplas:

 

Avaliem as conclusões a que chegou cada um.

 

Comentem sobre o percurso histórico dos testes de avaliação da aprendizem escolar.

 

Meçam o QI de cada um.

 

Indiquem outras formas de avaliação escolar já conhecidas ou aplicadas por vocês.

 

Descrevam as ideias que possuem sobre os tipos, técnicas e instrumentos de avaliação da aprendizagem.

 

Proponham outras estratégias de avaliação da aprendizagem na sala de aula inclusiva.

 

Tirem conclusões das discussões havidas entre vocês os dois.

  
Actividade 3
Duração: 90 mn
  

Em grupos de 4 a 6 elementos:

 

(os membros de cada dupla devem estar em grupos diferentes)

 

Avaliem as produções de cada elemento do grupo, em relação: (i) ao percurso histórico da avaliação; (ii) à medição do QI; (iii) a outras formas de avaliação da aprendizagem; (iv) às ideias exitentes sobre os tipo, técnicas e instrumentos de avaliação escolar; (v) às propostas de outras formas ou estratégias de avaliação da aprendizagem na sala de aula inclusiva.

 

Melhorem as produções de cada membro do grupo.

 

Escolham duas estratégias para simuldar.

 

Produzam materiais ou instrumentos facilitadores da avaliação da aprendizagem.

 

Planifique as estratégias escolhidas.

  
Actividade 4
Duração: 120 mn
  

Em sessão plenária:

 

Avaliem as produções de cada grupo.

 

Organizem a simulação de cada grupo

 

Avaliem as simulações apresentadas por cada grupo.

 

Introduzam melhorias na aplicabilidade dos materiais e instrumentos de avaliação eleborados por cada grupo.

 

Introduzam melhorias nas práticas simuladas por cada grupo.

 

Tirem conclusões sobre discussões havidas em sessão plenária.

  

Autoavaliação 

Eleborem listas de conselhos que devem ser dados os professores, gestores da escola e familiares sobre os processos de avaliação da aprendizagem na sala de aula inclusiva.

 

Analisem a aplicabilidade ou não dos materiais e instrumentos de avaliação produzidos por vocês e para serem aplicados nos vossos contextos de sala de aula inclusiva.

  

Chave de Correcção 

A solução das actividades propostas é livre, passando, necessariamente, pela consulta das seguintes obras:

 

Christofari, A. (2012). Avaliação da Aprendizagem e Inclusão Escolar: relações possíveis.

 

Luckesi, C. (2000). O que é Mesmo p Ato de Avaliar a Aprendizagem?

 

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia.

 

Estratégias de Ensino e Aprendizagem (pg 112).

 

Métodos e Estratégias Especiais de Ensino e Aprendizagem (pg 115).

 

Monteiro, F. e Colaboradores. (s/d). Reflexões Sobre a Avaliação na Escola Inclusiva

 

Monteiro, F.  e Colaboradores. (s/d). Avaliação em Contexto: reflexões para a escola inclusiva numa perspectiva histórico-cultural.

 

Sartoretto, M. (2010). Como Avalaiar o Aluno com Deficiência?

  

Bibliografia Complementar 

Luckesi, C. (2000). O que é Mesmo o Ato de Avaliar a Aprendizagem? Recuperado em 16 de Julho de 2013, de www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2511.pdf

Manhiça, C., Tumbo, L. & Zamora, R. (2012). Módulo de Psicopedagogia. Maputo: INDE.

Monteiro, F. e Colaboradores. (s/d). Reflexões Sobre a Avaliação na Escola Inclusiva. Recuperado aos 17 de Julho de 2013, de www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/VI.encontro.2010/GT.11/GT_11_17_2010.pdf

Monteiro, F.  e Colaboradores. (s/d). Avaliação em Contexto: reflexões para a escola inclusiva numa perspectiva histórico-cultural. Recuperado aos 17 de Julho de 2013, de www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/VI.encontro.2010/GT.11/GT_11_17_2010.pdf

Sartoretto, M. (2010). Como Avalaiar o Aluno com Deficiência? Recuperado em 17 de Julho de 2013 em, www.assistiva.com.br/Como_avaliar_o_aluno_com_defici%C3%AAncia.pdf

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